60 Países já adotam mistura de biocombustíveis em gasolina e Diesel

Nos últimos anos, a adoção de biocombustíveis tem se tornado uma estratégia essencial para reduzir a dependência de combustíveis fósseis e minimizar os impactos ambientais causados por suas emissões.

O Brasil, pioneiro nessa iniciativa, tem sido um exemplo mundial desde a década de 1970. Atualmente, 60 países já implementaram mandatos obrigatórios de mistura de biocombustíveis em gasolina e Diesel, ampliando a consolidação desse mercado global.

Brasil: O Maior Exemplo Mundial

O Brasil é líder absoluto na substituição da gasolina por etanol. Com a adição de 25% de etanol à gasolina, o país se destaca por seu compromisso com um modelo energético mais sustentável.

Essa política se reflete positivamente não apenas na redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE), mas também na estabilidade do preço dos combustíveis, como explica Eduardo Leão de Sousa, diretor executivo da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA):

“Com um número cada vez maior de países consumindo e produzindo biocombustíveis, diminui o risco de uma eventual falta de oferta do produto no mercado internacional. Com isso, ganha principalmente o consumidor, pela consequente redução da volatilidade do preço, além dos ganhos para o meio-ambiente.”

O Cenário Global: Quem Usa Biocombustíveis?

Uma pesquisa realizada pela Biofuels Digest em dezembro revelou que diversos países adotaram misturas obrigatórias de biocombustíveis por diferentes motivações, incluindo preocupações ambientais e segurança energética.

Américas

Nos Estados Unidos, o Renewable Fuel Standard (RFS) estipula o uso de biocombustíveis desde 2008, fazendo do país o maior consumidor mundial de etanol. O Canadá segue o mesmo caminho, com 5% de etanol na gasolina. Outros países latino-americanos também avançam: Paraguai (24%), Argentina (5%) e Chile (5%).

Europa

A União Europeia busca atingir 10% de energia limpa em sua matriz. Atualmente, seus 28 países-membros mantêm uma média de 5% de combustíveis renováveis.

Ásia e Oceania

A China, maior economia do continente, lidera com a adoção do E10 (10% de etanol) em nove províncias, com previsão de aumentar para 15%. As Filipinas seguem a mesma direção (10%), enquanto Índia, Vietnã e Indonésia ainda utilizam porcentagens menores.

África

Dez países africanos já adotam biocombustíveis, incluindo Angola, Quênia e Malawi (E10), e Etópia e Sudão (E5). Outros, como Moçambique e Nigéria, planejam implantar misturas obrigatórias em breve.

Desafios e Oportunidades

Apesar do avanço global, a produção de biocombustíveis ainda se concentra em três grandes polos: Brasil, EUA e Europa, que representam 85% da oferta mundial.

Eduardo Sousa ressalta a necessidade de uma distribuição mais equilibrada:

“O ideal seria que países menores introduzissem programas regionais, permitindo maiores ganhos de escala tanto na produção quanto nos mercados locais.”

Com as condições climáticas favoráveis e um mercado robusto, o Brasil se mantém na vanguarda da transição para uma matriz energética mais limpa. Resta saber como outros países irão estruturar.

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