É uma sigla que virou sinônimo de SUSTENTABILIDADE; traduzido do inglês Environmental, Social, and corporate Governance, a governança ambiental, social e corporativa, corresponde às práticas ambientais, sociais e de governança de uma organização.
O termo foi cunhado em 2004 em uma publicação do Pacto Global em parceria com o Banco Mundial, chamada Who Cares Wins.
Surgiu de uma provocação do secretário-geral da ONU, Kofi Annan, para 50 CEOs de grandes instituições financeiras, sobre como integrar fatores sociais, ambientais e de governança no mercado de capitais.
O termo foi criado especificamente para focar em questões materiais. A ideia foi inverter a lógica do que, na época, era chamado de investimento ético, para se concentrar em fatores relevantes para os investidores.
O entendimento e a aplicabilidade de critérios ESG pelas empresas brasileiras é, cada vez mais, uma realidade.
Atuar de acordo com padrões ESG amplia a competitividade do setor empresarial, seja no mercado interno ou no exterior.
No mundo atual, no qual as empresas são acompanhadas de perto pelos seus diversos investidores, ESG é a indicação de solidez, custos mais baixos, melhor reputação e maior resiliência em meio às incertezas e vulnerabilidades.
Segundo o Climate Change and Sustainability Services, da Ernest Young, as informações ESG são essenciais hoje para a tomada de decisões dos investidores.
E os critérios ESG estão totalmente relacionados a realidade nas discussões no mercado de capitais.
Segundo levantamento realizado com as companhias que fazem parte do ISE, Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3, bolsa de valores de São Paulo, 83% delas possuem processos de integração de ESG às estratégias, metas e resultados.
O ESG surgiu no mercado financeiro como uma forma de medir o impacto que as ações de sustentabilidade geram nos resultados das empresas.
Portanto, o ESG é uma abordagem para avaliar até que ponto uma corporação trabalha em prol de objetivos sociais que vão além do papel de uma corporação para maximizar os lucros em nome dos acionistas da corporação.
Por que as empresas estão adotando o ESG?
Se no passado uma empresa deveria estar focada no seu crescimento e na sua lucratividade, hoje o papel delas na sociedade é muito mais amplo.
A geração de valor para todas as partes interessadas na empresa, os chamados “stakeholders”, passa a ser a razão de existir de uma empresa; ou seja, todos os grupos que de alguma forma são impactados por uma empresa: colaboradores, acionistas, fornecedores, clientes e a própria comunidade.
Ao desenvolver fortes laços ESG com seus “stakeholders”, as empresas reduzem o risco operacional, aumentam a qualidade de seus produtos e serviços e isso faz aumentar o seu próprio “valor de mercado”, fazendo com que mais “stakeholders” sejam atraídos ao processo, que se torna assim, um CICLO VIRTUOSO em benefício de TODOS.
Assim, quando pensam em relações frutíferas com seus “stakeholders”, as empresas conseguem, com seu negócio e suas práticas, causar um impacto social positivo na sociedade como um todo.
Por que a agenda ESG tem crescido tanto?
Um dos principais motivos do crescimento da agenda ESG é a urgência em combater as mudanças climáticas.
De acordo com as Nações Unidas, para limitar o aquecimento global em 1,5ºC, quando comparado aos níveis pré-industriais, as emissões de carbono devem ser reduzidas em 45%, até 2030, e chegar a zero até 2050.
Mais de 70 países, que representam ao redor de 76% das emissões globais de carbono, já se comprometeram com metas net zero, ou carbono zero.
Provavelmente, nos próximos anos veremos novas regulações e, nesse cenário, os maiores emissores terão de investir em novos processos, terão o custo de neutralizar suas emissões, ou vão correr o risco de perder espaço para produtos e processos menos poluentes.
Pesquisas mostram que consumidores estão mais dispostos a comprar produtos sustentáveis e isso já é capaz de influenciar na decisão de compra de 9 a cada 10 consumidores.
O hábito de consumir produtos que não prejudicam o meio ambiente é bastante difundido no País; uma pesquisa feita pela empresa especialista em insights de mercado Toluna mostra que 94% dos internautas já compraram produtos por eles serem sustentáveis e 92% afirmaram que a sustentabilidade influencia em seu processo de compra.
O preço geralmente mais alto dos produtos sustentáveis não é empecilho para alguns dos pesquisados: 29% dos internautas concordam totalmente em pagar mais por estes produtos e 46% concordam em desembolsar mais reais por eles. Além disso, 58% dos respondentes acreditam que produtos sustentáveis vão salvar o planeta.
Uma pesquisa do Capterra, uma plataforma de comparação de softwares, identificou que 7 a cada 10 brasileiros, ou 78%, dizem que as ações sustentáveis de uma empresa influenciam, em algum nível, suas escolhas de produtos ou fornecedores.
Portanto, as empresas buscam o ESG para gerar um impacto positivo na sociedade e, com isso, reduzir os riscos, melhorar o relacionamento com clientes, fornecedores e as comunidades, e mostrar aos investidores que estão olhando para o negócio de maneira holística e transparente. O que motiva todo esse engajamento são os desafios enfrentados pela humanidade nas áreas ambiental e social.